quinta-feira, 2 de julho de 2009

Crise no Senado continuará com ou sem Sarney

De Kennedy Alencar, do Blog do Noblat

A crise do Senado continuará grave com José Sarney na presidência da Casa ou fora dela. Motivos: ela se estende a outros senadores e possui raízes podres antigas em todas as esferas da instituição.
Sarney está na berlinda porque personifica como poucos os vícios do Senado e da tradição patrimonialista da política brasileira. Ele é o último grande oligarca do século 20.
Apesar do importante papel na transição da ditadura para a democracia em 1985, dono de um temperamento que dissipou e não alimentou crises, Sarney fez carreira política na base da troca de favores, com frequente confusão entre o público e o privado.
No entanto, senadores do DEM, PMDB, PT e PSDB, para ficar nos quatro principais partidos, também usaram o patrimônio público como se fosse particular. Se Sarney permanecer enfraquecido na cadeira, esses senadores terão de responder por seus pecados. Se Sarney sair, também.

Um comentário:

  1. O SENHOR SARNEY E OS SEUS..............
    O Sr. Sarney e os seus (correligionários, seguidores, comparsas....) não deram conta que o Brasil mudou e por isto estes políticos vem adotando as mesmas práticas que os mantiveram no poder por anos e anos. O Brasil mudou não porque melhorou a qualidade dos nossos polítcos ( neste quesito desde os tempos de Rui Barbosa temos exceções), mas a tecnologia da informação que permite a transparência em tempo real e não dá mais para esconder a informação e manipular a opinião pública.
    Como descendentes dos Donatários das Capitanias Hereditárias, dos Barões, Viscondes e Coronéis estas pessoas não se deram conta que a corte já não tem a mesma força da época do Império ou da Monarquia.Para quem teve a oportunidade de ler a história da vinda da família Real para o Brasil, relatada por Laurentino Gomes no livro 1808, entende muito bem o comportamento da nossa classe dominante pois já naquela época se dizia: na corte quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito é Barão, quem rouba e esconde é Visconde.
    Herdeiros que somos desta sociedade, em que a elite (cidadão não comum) descende daqueles acostumados a se apropriaram dos bens do Estado e o povo (cidadão comum) descende de degredados ou criminosos expulsos da corte, não esperemos por mudanças no curto prazo.
    Se queremos de fato (e não por interesses imediatos) construir uma outra sociedade para os nossos descendentes, vamos ser mais criteriosos ao escolher nossos representantes, seja este o Presidente da República, o Sindico do Condomínio ou a diretoria da Associação do Bairro.

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