quarta-feira, 29 de julho de 2009

A culpa é do Juscelino Kubitschek

A origem da atual crise no Senado estaria no processo de instalação de Brasília, criadora das mordomias hoje denunciadas, avaliou o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM), em Florianópolis. Quando a Casa funcionava no Rio de Janeiro, garantiu ele, a atividade parlamentar não permitia farras com o dinheiro público. “O primeiro culpado, se for parar pra pensar, foi o presidente Juscelino Kubitschek. Antes, não havia passagens de avião ou essa quantidade de funcionários. Isso se acumula há 49 anos”, ressaltou ele, lembrando que é preciso avaliar a crise sob o ponto de vista da legalidade. “O nepotismo, por exemplo, não era proibido antes.”

Para Bornhausen, como se trata de vícios históricos, uma espécie de herança maldita, não há motivos para culpar apenas um (o senador José Sarney). “Claro que a necessidade de transparência acaba revelando irregularidades. Mas do ponto de vista administrativo, não há solução. São cerca de 6.000 funcionários que não podem simplesmente ser demitidos. E o Senado tem papel importante como Casa revisora”, frisou o líder democrata, que hoje coordena o Conselho de Estudos Políticos e Sociais da Associação Comercial de São Paulo. O ex-governador vê o aprofundamento da crise no Senado como uma cortina de fumaça armada propositalmente pelo Governo para enfraquecer a CPI da Petrobras. “Os dados levantados pelo Tribunal de Contas da União mostram a necessidade de mudança na estrutura administrativa da multinacional”, informou.

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